A nova lei do amor

Porque cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto;pois não se colhem figos de espinheiros,nem dos abrolhos se vindimam uvas.
O homem bom,do bom tesouro do seu coração tira o bem,e o homem mau de seu mau tesouro tira o mal;porque a boca fala daquilo que o coração está cheio.Lc.6-44/45.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O processo de transmissão do conhecimento através da ação educativa

Observa-se nas idéias comentadas que para falarmos sobre o processo de transmissão do conhecimento através da ação educativa temos que nos remeter ao passado e perceber que o mesmo foi construído de maneira espontânea e desenvolvido no ambiente onde o indivíduo nasce e habita por toda a vida.

Leva-nos a entender também que a ação educativa iniciou pela necessidade de se transmitir às gerações futuras os conhecimentos adquiridos pelos primeiros grupos.

Com base nas ideias expostas dos estudiosos podemos dizer que a ação educativa sempre existiu,desde o inicío da civilização quando o homem descobriu o fogo até os dias atuais quando através das diferentes mídias constroe conhecimento.Vale ressaltar que espontânea ou reflexiva "a educação é um fenômeno mediante o qual o indivíduo se apropria em quantidade maior ou menor da cultura da sociedade onde se desenvolve, onde se adapta ao estilo de vida da comunidade, onde se faz o progresso."(Larroyo).

Não podemos falar de ação educativa sem considerarmos que ela está inerente as circunstâncias e momentos históricos das sociedades em que está inserida.E que ao longo dos tempos tornou-se importante ferramenta para as transformações e crescimento dos povos.Ela passa a ser intencional e restrita à relação de poder e valores de cada época.

Levando em consideração a fundamental importância de julgarmos o tema:O que é educação?Podemos dizer que não se pode atribuir apenas à escola a transformação do homem para o futuro,para a socialização e para o fim da pobreza, da miséria e da violência.Vivemos num mundo em constante mudança,muito já se descobriu e ainda há muito a ser descoberto.Não se pode contar com uma fórmula pronta de educação capaz de realizar grandes mudanças mundiais, vai se construindo conhecimento através de exemplos passados e na busca de possíveis soluções para problemas atuais.Não se pode culpar a escola o o ensino pelo insucesso de um povo,o problema é bem mais grave do que se parece.Para solucionar problemas que começa em casa e se transfere para a escola e posteriormente para a sociedade deveria haver uma grande mudança que ainda está muito longe de se consseguir.A educação é uma ação social em vista de um fim.Não é possível compreende-la como algo estável.Considero a educação como uma ação reguladora e estimuladora do processo de desenvolvimento humano e da personalidade humana.

Renata Leite

Diferenças entre os Decretos5154/04 e 2.208/97

O decreto 5154/04 resgata um ensino integrado de nível médio o que difere do decreto 2.208/97.O decreto 5154/04 mantem a possibilidade do ensino médio concomitante ao ensino técnico e não uma ruptura entre o ensino médio e o ensino técnico conforme prevê o decreto 2.208/97,elaborado pelo governo Fernando H. Cardoso.
O ensino técnico integrado ao ensino médio busca superar a formação técnica mecanicista voltada para o atendimento do mercado de trabalho.
Outra diferença que pode ser ressaltada é;o decreto 5154/04 defende a pertinência de um projeto político pedagógico de ensino médio integrado à educação profissional.Enquanto que o decreto 2.208/97 regulamenta o parágrafo 2º do artigo 36 e os artigos 39 a 42,da LDB,de 1996, que estabelecem a educação profissional.Essa lei determina uma divisão(dicotomia) entre a educação superior e a educação profissional,sugerindo uma continuidade do ensino técnico de nível superior.
Em 2004 houve a substituição do decreto 2.208/97 pelo 5154/04 que,de certo modo,é o mesmo,reescrito. Com a revogação do decreto 2.208/97, cujo artigo 9º tratava especificamente da formação do docente para a Educação profissional,e sua substituição pelo decreto 5154/04, que despreza a questão da formação pedagógica do professor-técnico,e o que volta a prevalecer nas escolas técnicas.
Basicamente,a única diferença substantiva entre os dois decretos é a omissão da obrigatoriedade da formação pedagógica dos professores da Ed. profissional no decreto 5154/04.
Um aspecto positivo do formato estabelecido pelo decreto 2.208/97,e que foi foi mantido no 5154/04, que o sucedeu,é que todos os concluintes de E.M. podem ter acesso ao ensino superior,havendo ou não cursado a parte profissionalizante.
Após toda essa pesquisa que realizei na web sobre os dois decretos,gostaria de personalizar meu texto ressaltando a excelente colocação do colega Luiz Fernando Nunes quando diz que para entendermos as diferenças entre os decretos temos que compreender os momentos históricos através de uma análise socioeconômica.Já que em grande parte das análises históricas estamos, querendo ou não, sendo colocados como reféns dos modos de produção vigentes.
Luiz, também não consigo desvinculá-las dos processos políticos dos governos de cada época.
Entendo as contradições presentes no decreto 5154/04 em relação ao decreto 2.208/97.
É portanto, razoável entender que há diferenças marcantes e relevantes porém, não se dissociam dos princípios e intencionalidades de cada governo e suas questões políticas. O que um pouco me frustra é observar que o que está em questão são os ideais políticos de cada governo e não apenas a principal meta da educação:"criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas,não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram.Homens que sejam criadores, inventores,descobridores.A segunda meta é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."(Jean Piaget)"Desculpe poetizar um pouco no final sou letrada e não poderia deixar de contribuir com um pouco de poesia....

domingo, 1 de maio de 2011

Curso de Especialização em Educação Tecnológica

Faço o curso de Especialização em Educação Tecnológica, essa foi nossa semana de aquecimento na Plataforma.
Falei um pouco sobre o que penso da Educação a distância e sobre a educação tecnológica,me apresentei aos colegas e ao tutor, gostaria de postar aqui o comentário sobre meu texto que o tutor fez. Acho muito válida essa troca, gostei muito dos comentários que ele fez e faz aos textos dos alunos,me parece uma pessoa muito capacitada e grande mediador.Suas avaliações são bastante incentivadoras,valeu mestre,você é show!
Olá pessoal;
Sou a professora Renata Leite e gostaria de compartilhar um pouco dessa oportunidade para falar que acredito que a escolha de um curso de pós Grad. em Ed. Tecnológica deve ser pautado em critérios que definem a confiabilidade e segurança ao estudante. A modalidade a distância, foi um dos motivos que contribuiu para minha decisão de participar.Outro motivo que considero relevante é a oportunidade de estar em contato com uma diversidade de culturas e conhecimentos de outros colegas que possibilitarão situações de aprendizagem tanto para minha vida acadêmica quanto para minha vida profissional. Sou Orientadora Tecnológica em uma escola municipal e esse é o primeiro curso que realizo em EaD.Almejo estudar,analisar e discutir as principais contribuições do uso das tecnologias de informática na construção de estruturas cognitivas.E conhecer novas práticas de ensino na área de informática."Mito ou verdade"!? Espero,que ao utilizar a Webquest enquanto recurso facilitador de aprendizagem, ter acesso a várias situações que permitam o compartilhamento de saberes e que me proporcione oportunidades concretas de intercâmbio de idéias e a cooperação nas ações, envolvendo as minhas experiências profissionais e educacionais.

Olá Renata,

Permita-me apenas acrescentar umas poucas palavras ao seu já excelente texto, "...minha vida acadêmica quanto para minha profissional..." Certamente na vida social, nas nossas vidas, pois quanto mais aprendemos, conhecemos, nos transformamos em novas pessoas a todo momento e seguimos transformando e nos transformando. Pelo processo de educação temos um magnífico viés de transformação para a vida.

Abração

manoel

Reportagem
Educação e tecnologia: parceria revolucionária?
Por Érica Guimarães

Imagine uma carteira tradicional escolar com o seguinte diferencial: além de apoiar cadernos, lápis e livros, tem um tampo de vidro que vira uma tela sensível ao toque, com a CPU de um computador integrada. O que parece ficção já é realidade em escolas públicas do interior de São Paulo. O projeto Lap Tup-niquim, em desenvolvimento na cidade de Serrana, próxima a Ribeirão Preto, envolve um conceito novo dentro das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) com fins educacionais. A carteira digital, uma tecnologia nacional patenteada pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas (SP), permite que o aluno escreva, acesse a internet, faça cálculos e desenhe. Hoje, a cidade de Serrana possui 160 carteiras digitais em escolas públicas.

Um dos criadores da tecnologia é o pesquisador chefe da Divisão de Mostradores da Informação do Cenpra, Victor Pellegrini Mammana. Ele diz que a proposta foi integrar a sala de computação – chamada, nas escolas, de laboratório de informática – com a própria sala de aula. “A ideia é que a tela (da carteira) se torne interativa no ambiente escolar, na sala de aula”, diz Mammana.

Ainda em fase inicial, a tecnologia deve ser adaptada, também, aos cadeirantes e deficientes visuais. A carteira digital, de acordo com o pesquisador, ainda não tem um valor definido. O custo aproximado, na cidade de Serrana, foi de R$ 1 mil por unidade, mas a fabricação ainda não é industrializada, e é feita por incubadoras sociais. A prefeitura centralizou os serviços e as carteiras convencionais são reformadas e convertidas em digitais. Em escala maior, o preço da carteira será comparável ao do notebook de baixo custo.

O convênio com o Cenpra depende do interesse das prefeituras, mas Mammana acredita que o maior desafio, depois de atrair o investimento público, seja mobilizar os professores e fazer com que eles se aliem às novidades tecnológicas. “Aos poucos, se cria uma apropriação e não uma imposição das novas tecnologias”, defende.

Enquanto os professores se adaptam a essas novidades, as novas gerações já crescem acostumadas a usá-las. Orkut, MSN, facebook e twiter são expressões corriqueiras para crianças e adolescentes de classe média e alta, que possuem familiaridade com as ferramentas de relacionamento e com a internet. Mas o professor não tem como ficar alheio às tecnologias que já chegaram ao ensino: em escolas particulares, aulas ministradas com giz e lousa dão lugar a projetor de slides e lousa digital; e na rede pública, alunos que antes levavam horas para chegar à escola, hoje têm a oportunidade de estudar por meio do ensino a distância.

No Amazonas, em cinco anos, a educação a distância qualificou 16 mil professores de ensino básico que só tinham o nível médio de instrução. A Universidade do Estado do Amazonas, a Secretaria de Educação e Qualidade do Ensino do estado e o Colégio Militar uniram forças para romper os limites de tempo e espaço que antes distanciavam professores de 16 municípios do interior do Amazonas do diploma universitário. Em algumas regiões, onde se tem acesso apenas pelos rios, o ensino foi ao encontro dos alunos, com o uso de computador e TV para transmissão de aulas gravadas em Manaus.

Além dos muros escolares, o blog

Nem todas as mudanças tecnológicas, contudo, são absorvidas pelos professores na mesma rapidez em que surgem. Essa é uma das conclusões da professora Cláudia Rodrigues, que dá aulas de redação no ensino médio, no interior de São Paulo, e acaba de defender uma dissertação de mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre o uso do blog como ferramenta de ensino. Ela acredita que ainda há muito preconceito por parte dos professores quanto ao uso de tecnologias em sala de aula, o que dificulta a compreensão dos resultados positivos que o ambiente virtual pode oferecer.

Será mesmo que os professores de hoje utilizam pouco as ferramentas já disponíveis que podem auxiliar no ensino? Segundo a pesquisadora, sim. Para Rodrigues, a causa dessa repulsa é a falta de familiaridade e receio em relação à linguagem da web. “A internet deveria ser compreendida mais como um fenômeno social do que algo que provoca modificações da língua”, diz.

Certamente, não se pode generalizar. De acordo com a pesquisadora, existem professores que acham que a internet e as novas tecnologias utilizadas na educação são modismos; outros que se dizem contrários, pois acreditam que a internet atrapalha os estudos; mas há, ainda, aqueles que já utilizam ferramentas, muitas delas bem sucedidas, na sala de aula.

Em sua dissertação, Rodrigues analisou o impacto de blogs nas atividades escolares de produção de texto e constatou que o instrumento permite uma socialização significante. Ela notou que, de forma progressiva, eram publicados posts (comentários nos blogs) de pessoas que ela não conhecia e que sinalizavam ser pais, mães, tios dos alunos. Essas pessoas entravam no blog e colocavam impressões pessoais sobre a temática que estava sendo discutida. Houve uma interação entre professor da turma, professores da escola, alunos e família. A pesquisadora considera essa discussão proveitosa e quase impossível de acontecer quando ocorre apenas em sala de aula. “O blog favorece a participação coletiva, formando autores, co-autores, leitores assíduos e alunos mais envolvidos com a leitura e a escrita”, acrescenta.

Em sua experiência com blogs, a professora teve a percepção de que não basta o professor estar sensível às mudanças tecnológicas, já que elas demandam um abandono da imagem do mero fornecedor e avaliador de textos e controlador de debates. O professor passa a ser um orientador e, embora ainda dê a nota e avalie, na prática deixa de ser o único leitor alvo das produções dos alunos. Sob o aspecto cultural, a pesquisadora avalia ser difícil abandonar crenças enraizadas de que o ensino deva se dar de forma “vertical”, de cima para baixo, mas acredita que é possível, quando se experimenta que os aprendizes “saboreiam” melhor a aprendizagem.

Práticas como essa, do uso blog em aulas de redação, levam ao desenvolvimento da independência, da autonomia e também ao desenvolvimento da capacidade argumentativa dos alunos, já que os autores do blog precisam envolver e convencer outras pessoas sobre seus pontos de vista. No estudo, Rodrigues observou a importância de se explorar o letramento digital na sala de aula para atender as necessidades sociais, interativas e cognitivas do aluno.

Do correio ao espaço virtual

A educação a distância (EAD) também envolve maior autonomia do aluno, que deve ser responsável e organizado o suficiente para se adaptar a um modelo “horizontal” de ensino. Os cursos por correspondência são antigos e deram o pontapé inicial para o ensino a distância no final do século XIX, no oferecimento de cursos por correspondência em hebraico. O presidente do conselho científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), Waldomiro Loyolla, destaca que, ainda hoje, essa modalidade de ensino a distância corresponde a 50% do total, por sua história e solidez.

A segunda fase se deu nos anos 1960 e 1970, com a inserção do rádio para oferecer ensino das matérias básicas, como história, geografia, português, com diferentes abordagens e níveis. Loyolla destaca que na segunda metade dos anos 1970, a educação a distância foi proibida no Brasil por problemas políticos, enquanto florescia mundo afora e começava-se a usar com mais propriedade a televisão. No final da década de 1970 e início dos anos 1980, o uso da televisão como modalidade de ensino a distância também começa a ser feito no Brasil, através dos telecursos, que funcionavam como supletivo e tinham como público alvo pessoas que, por diferentes motivos, não tinham concluído o ensino médio.

Passada essa fase, que Loyolla chama de analógica, começa-se a digital, com o surgimento do uso do computador, na qual se desenvolveriam cursos de auto aprendizagem para um público, a princípio, elitista. Hoje, no entanto, a digitalização se populariza e contribui para facilitar o acesso ao ensino. “Com a evolução da fase digital, veio a internet, que além de permitir a entrega de conteúdos, permite uma interatividade muito grande”, descreve Loyolla. Para ele, o desenvolvimento da EAD nos anos 90 passa a ser mais apurado para cada tipo de público alvo e tecnologia escolhida. “A EAD passa a ser mais profissional”, avalia.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre 2003 e 2006, houve um aumento de 571% no número de cursos e 315% no número de matrículas em EAD no Brasil. Esse aumento, para Loyolla, é a resposta de uma brutal demanda reprimida no oferecimento de educação. Alguns críticos da EAD dizem que a educação a distância quer substituir a presencial, o que Loyolla enfatiza veementemente não ser verdade. “Ela vem para suprir uma demanda por educação daquele público que não tem condições, por variados motivos, de frequentar com a regularidade requerida os cursos presenciais”, afirma.

A modalidade a distância vem ganhando força, inclusive, no ensino superior. Baseadas em experiências internacionais de sucesso, como a Universidade Aberta de Catalunha, na Espanha, e a Open University, no Reino Unido, as iniciativas de universidades virtuais têm a função de criar alternativas de acesso ao ensino superior para formação e qualificação. O governo federal, por meio do Ministério da Educação, criou a Universidade Aberta do Brasil, que trabalha em parceria com universidades federais no oferecimento de cursos.

No âmbito estadual, foi criada por meio da Secretaria de Ensino Superior do governo paulista e está em fase inicial de funcionamento a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), que vai trabalhar de forma consorciada com as universidades estaduais – USP, Unesp e Unicamp – e utilizar como ferramenta a internet, mas também a TV digital e material impresso.

“Hoje em dia, ninguém mais fala em televisão a cores e preto e branco. É televisão. A distinção hoje é muito mais entre analógica e digital do que qualquer outra coisa”. Com essas palavras, Loyolla descreve o que pensa sobre o futuro da EAD. Ele espera que daqui a dez anos, ou menos, não se distinga mais a EAD da educação presencial e que os instrumentos tecnológicos disponíveis sejam usados intensamente no ensino presencial.

No ensino a distância, é possível o aluno ter um link através do qual pode entrar num museu e ver uma obra em três dimensões, girando-a e lendo informações de todo tipo sobre ela. Já no ensino presencial, o professor de história da arte, quando muito, mostra uma foto e dá alguma explicação. “Quando tivermos o presencial usando intensamente as tecnologias, não vai ter motivo para ter a distinção entre EAD e presencial”, finaliza.